Eriberto Leão conta detalhes da carreira e como lida com o assério das fãs
Rio - Quem vê um Eriberto Leão com jeito manso e educado, aos 36 anos, nem imagina que ele foi um 'capeta em forma de guri' quando criança. A ideia de fazer teatro foi de sua mãe, na tentativa de discipliná-lo um pouco. "Fui expulso do primeiro curso porque tinha muita energia. Eu era como o Zeca da novela, tinha o diabo no corpo", conta o ator, aos risos, referindo-se a seu protagonista em 'Paraíso', conhecido como filho do diabo.
Mas o moço faz questão de enfatizar que, como um bom geminiano, transita entre opostos. "Eu também era respeitador, reflexivo. Sentava com a turma do fundão na escola, mas tirava boas notas", destaca. E as contradições não param por aí. Eriberto é romântico incorrigível assumido, mas diz, sem titubear: "Eu nunca deixaria de seguir meu caminho por mulher nenhuma".
Namorado da atriz Andréa Leal há três anos, diz que pensa em casamento e filhos. Mas não planeja nada. "Casamento é consequência. Estamos juntos, apaixonados e se continuar assim é um caminho natural". O local, ele já tem em mente. "Gostaria de me casar no meio da floresta. Mas não precisa ser a Floresta Amazônica, não. Pode ser no Jardim Botânico, que é minha floresta aqui no Rio", conta o paulistano, que também adora ir à praia.
Prático, ele diz que ciúme não tem espaço em seus relacionamentos. "Como não sou um cara ciumento, acho que atraio pessoas assim também. As coisas são simples, a gente é que complica", ensina. E isso vale para cenas de beijo ou sexo. "Quem se aproxima de mim sabe que vou beijar outras pessoas em cena e sabe que existe a possibilidade de eu me apaixonar por outra pessoa no trabalho. Aliás, isso pode acontecer em qualquer profissão. A diferença é que nós atores estamos em evidência e todo mundo fica sabendo", opina.
Tanta praticidade não o impede de defender o amor entre seu personagem Zeca e Santinha (Nathalia Dill) na trama das seis. "Há pessoas que amam 'Paraíso'. A verdade é que todo mundo vive para amar e ser amado. É por isso que as pessoas choram em filme de amor", argumenta. E ele ainda completa que acredita em amor à primeira vista, como aconteceu na novela. "Sempre me apaixono ao primeiro olhar. As pessoas têm é medo disso. Mas essa coisa de você olhar uma pessoa e não conseguir mais tirá-la da cabeça acontece com todo mundo", acredita.
Apaixonado é o melhor adjetivo para Eriberto Leão. Ele transborda de emoção ao falar da natureza, de religião e, principalmente, de seu trabalho. A caminhada não foi fácil. Fez 'O Amor Está no Ar' na Globo, em 1997, depois passou por Band e Record. Só como Tomé em 'Cabocla', de 2004, é que estourou. "Foi a primeira vez em que tive um contrato com a Globo. Antes disso meus pais tinham de me ajudar a pagar minhas contas", revela o também administrador de empresas, formado pela USP.
As dificuldades da trajetória o ajudaram a manter sempre os pés no chão, apesar de todos os flashes que envolvem a profissão de ator. "Por um segundo, em meio a um milhão de fotógrafos, você pensa: 'Nossa!'. Mas ter humildade é uma questão de inteligência. E, sinceramente, não acho nada difícil".
Com ar sertanejo no horário das seis da Globo, Eriberto também tem seu lado rock'and'roll. Entre 1998 e 2000, teve uma banda de rock chamada Rip Monsters. Gastão Moreira, ex-VJ da MTV, também fazia parte do grupo. Mas como toda boa banda do gênero, o final foi conturbado: "Brigamos e nos separamos. Mas quase fizemos sucesso. Chegamos a ter músicas tocadas em rádios", lembra o fã de Raul Seixas, que também já fez cover de The Doors e em 'Paraíso' ouve muita moda de viola. "Eu sou assim mesmo. Gosto de tudo um pouco. Da cidade e do campo. De moto e de cavalo", revela ele, encantado com os animais do Jockey Club Brasileiro, onde fez fotos e conversou com a equipe da TV TDB!.
Na atuação, seu ídolo sempre foi e continua sendo Tony Ramos. "A postura dele perante a profissão e a vida me enche de orgulho", diz. O fato de ter como colega de elenco na novela das seis Kadu Moliterno, que fez seu personagem na primeira versão, exibida em 1982, não o intimida. "É o terceiro 'remake' que faço. Kadu fez muito bem, usando os recursos dele. Agora eu uso os meus".
Ironia do destino, o ator é mais visto em papéis dramáticos, mas revela uma faceta pouco conhecida. "Me acho um ótimo comediante. Sou meio figura, entende? Entre meus amigos sou considerado um cara engraçado. Bom humor é fundamental", defende, com paciência até quando um dos cavalos não se mostra muito a fim de 'posar' para as fotos.
Humilde, Eriberto assume que gosta do assédio que vem sofrendo, mas defende que sempre é abordado por causa de seus personagens e não por ser um galã. "Nunca me considerei bonito. Me considero um ator. Sou capaz de fazer qualquer tipo de personagem. Em 'Sinhá Moça', usava costeletas gigantes e lavava o cabelo com sabão". Santa simplicidade.
Zeca se joga nos braços de Rosinha
Muitas emoções estão previstas para Zeca nos próximos capítulos de 'Paraíso'. A ida de Maria Rita/Santinha para o convento deixa o peão inconformado e ele toma uma decisão radical. Em cena prevista para ir ao ar no dia 1º de junho, ele resolve pedir Rosinha (Vanessa Giácomo) em casamento — nem os conselhos de seu pai o fazem desistir da ideia.
Num impulso, Zeca puxa Rosinha e o pedido acontece na varanda da fazenda. "Estou cansado de ver você me esperar nessa varanda", diz o filho do diabo a Rosinha. A moça responde que nunca se importou em esperá-lo e é aí que Zeca dispara: "Não quero que você me espere mais. Você me ama de verdade? Então me ajude a esquecer aquela diaba, casando comigo".
Um beijo oficializa o pedido e Rosinha, mesmo sem entender direito a atitude do amado, vibra de felicidade.
A vida de Zeca também vai passar por outras mudanças enquanto Maria Rita estiver no convento. Norberto (Leopoldo Pacheco) o convida a disputar a prefeitura, concorrendo com Geraldo (Lucci Ferreira), e ele topa a aventura.
0 comentários:
Postar um comentário